Análise - Donkey Kong Country

Que tal comprar umas cervejas, reunir alguns velhos amigos e jogar umas partidas de videogame? Muito bom, não? Pois é, foi desta maneira que terminei, ou melhor, terminamos um dos melhores jogos de Super Nintendo, o Donkey Kong Country e, o melhor, completando o 101% do jogo!

Bom, não tem como começar a falar de Donkey Kong Country sem ser pelos gráficos.. E que gráficos! Apesar de muita gente não concordar, eu os acho lindos até hoje! Entretanto na época, essa opinião era unâmine, foi algo realmente surpreendente para um console de 16-bits. Sendo mais caprichados que os jogos das plataformas da geração seguinte que estava se iniciando, como dos jogos de 3DO e Jaguar, mas estes nem contam, né? ^^’

Estes gráficos foram surpreendentes na época!

Enfim, o Super Nintendo só teve a “oportunidade” de rodar um jogo deste porte devido ao alto investimento que a desenvolvedora Rare fez adquirindo tecnologias da SGI (Sillicon Graphics Inc.), idênticas às usadas nos efeitos especiais dos filmes Exterminador do Futuro 2 e Jurassic Park, e o melhor, conseguiu transportá-las para dentro de um cartucho de SNES (sem chips especiais) usando uma técnica de compressão e modelamento chamada de ACM (Advanced Computer Modeling). Não vou entrar em detalhes destas tecnologias, mas saiba que isto rendeu à Rare um belo de um acordo de parceria com a Nintendo, que por sua vez, adquiriu uma porcentagem da empresa e investiu em novos jogos!

O primeiro deles foi o próprio DKC, que foi totalmente remodelado da versão original criada por Shigeru Miyamoto para os arcades/NES na década de 80. Desta vez, Miyamoto participou de longe do projeto, sendo de autoria da própria Rare a maior parte do enredo e personagens, inclusive do personagem Diddy Kong.

O jogo conta com 40 fases distribuídas em 6 mundos, onde Donkey Kong (que não é o mesmo do jogo original) ao lado de seu sobrinho Diddy Kong devem percorre-las à fim de encontrar e derrotar o vilão King K. Rool, que roubou todo estoque de bananas da família Kong. Fase por fase, você se surpreende com a riqueza dos detalhes gráficos. Florestas, cavernas, ruínas, brejos, fábricas e outros locais são todos bem caprichados e detalhados! Tem fases que anoitecem ao decorrer delas, tem fases com nevascas, tempestades, fases aquáticas, fases com mudanças climáticas, enfim, tudo realmente incrível! Isso porque ainda nem cheguei na…

Trilha Sonora

Depois de se surpreender com os gráficos, você irá ficar impressionado com a qualidade da trilha sonora, que particularmente considero uma das melhores de todos os tempos (isto incluindo os outros dois jogos da trilogia). Composta por David Wise, Robin Beanland e Eveline Fischer, as trilhas de DKC são tão marcantes quanto o tema de Mario Bros, elas te colocam no clima do jogo!

Se você não conhece, vou indicar apenas uma para você ter uma ideia. Escolhi a trilha “Aquatic Ambience” de David Wise. Porém, esta é uma versão à capela reproduzida pelo artista Smooth McGroove, que vale muito à pena assistir:

Show, não? Mas tem várias outras trilhas marcantes, foi muito difícil escolher apenas uma! :)

Gameplay

Tá aí algo que não foi revolucionário e nem complexo, muito pelo contrário, o jogo conta com uma jogabilidade bastante simples, que era basicamente pular e correr até o final da fase. Entretanto, tinha seus detalhes, por exemplo, mesmo jogando sozinho, os dois personagens (Donkey e Diddy Kong) estão presentes na tela, e quando um morre, o outro assume do mesmo ponto onde parou, se os dois morrerem perde-se uma vida. Se estiver sozinho, você pode recuperar seu companheiro através dos barris DK que estão disponíveis em alguns pontos específicos da fase.

Você pode alternar entre os personagens quando quiser, pois cada um tem suas particularidades. O DK é mais forte, porém lento, já o Diddy é mais ágil e rápido. O DK tem uma habilidade de bater com força no chão para desenterrar bananas e outros itens. O Diddy consegue dar estrelinha, que é bastante útil para derrotar vários inimigos em sequência, como também, para realizar saltos mais longos, pois se você realizar uma estrelinha na beira de um barranco, no momento certo, você pode dar um outro salto ao final da estrelinha e alcançar um ponto mais longe. #ficadica

O jogo não possui power-ups, mas em algumas fases você pode “montar” em alguns animais, assim como o Mario faz com o Yoshi em Super Mario World. Mas aqui, você não pode usar eles em qualquer fase, cada bicho está disponível em fases e trechos específicos. Temos o rinoceronte Rambi, o peixe espada Enguarde, o sapo Winky, o papagaio Squawks e o avestruz Expresso e cada um deles possui uma habilidade diferente. Com eles, você ganha um apoio extra, pois se você for atingido por um inimigo enquanto estiver montado em um deles, você não perderá um dos Kongs e sim o animal que estiver montado. Mas ainda se for atingido, ele sairá correndo e, caso você seja rápido, você pode recuperá-los ao montar neles novamente (assim como o Yoshi em Super Mario World).

As “moedas” do jogo são bananas! Ao juntar 100 delas, você ganha uma vida. Além disso, cada fase possuem as letras “K”, “O”, “N” e “G” espalhadas, que ao pegar todas, você ganha uma vida também! Ainda temos os barris de bônus, que muitas vezes estão bem escondidos, e ao entrar neles, você é arremessado para a fase bônus, que na qual, você coleta alguns itens que te ajudam a ganhar mais vidas!

E por fim, no final de cada mundo, temos um chefão, que normalmente é a versão maior de algum inimigo comum das fases normais. Não são difíceis de derrotá-los, basta descobrir como atingi-los e desviar da sua sequência de ataques!

Fazendo os 101%…

Assim como Super Mario World tinha um desafio extra, que era de fazer as 96 saídas do jogo, DKC também possui um desafio, um pouco mais simples talvez, que é o de completar o jogo em 101%.

Para realizar tal façanha, basta passar todas as fases entrando em todos os bônus existentes! E para saber se conseguiu encontrar todos os bônus da fase, é só verificar se o nome da fase no mapa está com um ponto de exclamação (“!”) após completá-la (por exemplo, Mine Cart Madness !).

Confesso, que nunca tinha realizado tal feito, mas meus amigos já, porém fazia muito tempo que eles não jogavam! Sendo assim, os convidei para encararmos este desafio. E depois de muita cerveja, risadas e quase quatro horas e meia: missão dada, missão cumprida!

Jogamos no velho esquema: morreu ou passou de fase, passa o controle para o próximo!

Com certeza foi um dia memorável! Agora o nosso próximo desafio será fazer os 102% de DKC2 e depois os 105% de DKC3! E você? Conhece a série Donkey Kong Country? Se sim, qual sua opinião sobre ela? Se ainda não, não perca mais tempo e jogue! :D

Donkey Kong Country foi desenvolvido pela Rare e distribuído pela Nintendo em 1994 para o Super Nintendo.